Publicado na Folha de São Paulo 8 de junho de 2003
1. Fui educado filosoficamente pelos membros da Escola de Frankfurt, particularmente por Max Horkheimer e Adorno. Mas creio que a filosofia analítica e o pragmatismo tomaram espaço no meu pensamento por meio de Richard Rorty, Habermas (em sua segunda fase), Donald Davidson e Willard Van Orman Quine (1908-2000).
2. As inquietações intelectuais não podem ser respondidas por um único filósofo. As inquietações intelectuais, se verdadeiras, pelo menos como eu as tomo, são encaminhadas e equacionadas pela filosofia em geral, por vários filósofos, mas sobretudo pela literatura e pelo cinema. Essas coisas andam juntas, cinema e filosofia. A última é uma caixa de ferramentas para poder apreciar a primeira, e ambas podem ser vividas se acrescentarmos a tudo um pouco de literatura e de amor sexual presencial e virtual.
3. Não há dúvida: é e tem de ser Donald Davidson. Ele é o maior filósofo vivo no mundo, e para entendê-lo temos de ler Quine, em uma ponta, e Rorty, em outra ponta. Ainda que eu ache que Marx e Foucault tenham sido gênios adoráveis, quem não lê Donald Davidson não está lendo filosofia do século 21. Eu sou um professor de filosofia do século 21.